Romance épico chinês influencia jogos como 'Dynasty warriors' e o RPG 'Chang Chun'.
Especialista diz que sucesso absoluto depende da aposta de gigantes como a Blizzard.
Depois de exaurir quase tudo sobre elfos, dragões e cavaleiros que caracterizam as culturas ocidentais, os produtores de jogos on-line estão recorrendo à história antiga e aos heróis de guerra asiáticos em busca de inspiração.
A principal fonte é o "romance dos três reinos", uma história épica chinesa cuja trama e personagens são bem conhecidos da maioria dos asiáticos.
O livro, que existiu por muito tempo em forma oral antes que fosse compilado por escrito no século 14, relata um caótico período de dois séculos na China antiga, marcado pelas disputas entre líderes guerreiros que se seguiram à queda da dinastia Han.
A história, repleta de episódios sangrentos e dramáticos sobre ambição impiedosa, táticas militares, lealdade e traição, já rendeu inúmeras lendas de combate e heróis de guerra, que continuam a ser venerados pelos leitores e espectadores asiáticos.
Também oferece tema ideal para filmes e programas de televisão, o mais recente dos quais é "Red Cliff", de John Woo, que será lançado pouco antes da Olimpíada de Pequim.
Embora a conscientização quanto à história antiga chinesa ainda não seja comum no Ocidente, sucessos de crítica e público como o filme "Crouching Tiger, Hidden Dragon" e "Forbidden Kingdom", com Jackie Chan, que estreou na semana passada, estão preparando os adeptos ocidentais dos videogames para as idiossincrasias dos jogos que tomam a Ásia por tema.
A Koei, uma produtora japonesa de videogames, é a pioneira nos jogos que tomam o "romance dos três reinos" por tema, tendo lançado seus primeiros títulos ainda em disquete, para computadores.
A série "Dynasty warriors," protagonizada por personagens lendários do livro e apresentando ação em estilo kung fu, vendeu mais de 15 milhões de cópias em todo o mundo. A versão mais recente, "Dynasty warriors 6", foi lançada em fevereiro para Xbox 360 e PlayStation 3.
Agora, os produtores de jogos on-line estão tentando levar essa conhecida saga ao mundo dos jogos virtuais. Eles afirmam que o romance oferece todo o material necessário, de personagens à trama política, a fim de entreter os participantes durante meses.
Novos rumos on-line
Se for transformado em jogo on-line, o "Romance" pode reenergizar uma indústria que sofre a falta de um grande sucesso desde o lançamento de "World of warcraft", da Blizzard, em 2004.
A produtora chinesa Wemade lançou em 2007 o RPG on-line "Chang Chun", em que personagens interagem no contexto das batalhas e disputas políticas da história chinesa. Mas transformar textos com séculos de história em realidade virtual, porém, é uma tarefa difícil.
"Levamos mais de quatro anos de pesquisas em romances, documentos históricos, arquiteturas, roupas e tudo mais", diz Park Jung-soo, que lidera a equipe de desenvolvimento da Wemade. "Todos os membros da equipe viajaram à China para pesquisar".
"O mercado de jogos on-line na China ainda precisa florescer completamente", diz Shim Jun-bo, analista da CJ Investment & Securities. "Um dia um estúdio grande como a Blizzard vai transformar o 'romance dos três reinos' e um jogo, e será um sucesso absoluto", completa.
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