por João Pires Neto
Parece promissor, mas termina aí. Simon Boyes e Adam Mason, os produtores de “Jogos Sangrentos”, usaram todas as suas fichas nesta seqüência, que é repetida logo em seguida, tendo agora como vítima a personagem central, a jovem Hope. “Hope”, em português, esperança. O nome da protagonista reflete sua persistência, em tentar sobreviver e fugir de seu seqüestrador. Mesma persistência necessária ao expectador que insistir em enfrentar o restante de “Jogos Sangrentos”.
O roteiro, assinado pela mesma dupla de diretores, infelizmente não se desenvolve, tornando-se o maior revés da produção. Hope é mantida 41 dias refém, e o relacionamento entre a jovem e seu seqüestrador não convence em nenhum momento. As intenções do vilão também não são explicadas, e o próprio gancho lançado pela tagline “Você quer continuar?” é desprezado. Ninguém continua nada. E as deficiências de “Jogos Sangrentos” não param por aí.
A atuação da jovem atriz Nadja Brand é tão comprometedora e artificial, que fatalmente o expectador será flagrado torcendo por sua morte, e pelo final do filme, consequentemente. Ainda no elenco temos o também iniciante Eric Colvin, no papel até bem caracterizado de vilão.
“Broken”, literalmente traduzido, seria algo como quebrado, interrompido ou mesmo humilhado. O título nacional, “Jogos Sangrentos” faz oportuna e intencionalmente alusão ao sucesso “Jogos Mortais”, de James Wan. A própria seqüência inicial do filme gera uma expectativa de uma cópia descarada de “Jogos Mortais”. Mas nem isso o filme em questão consegue.
O Dvd, lançado no Brasil pela Focus Filmes, traz apenas o longa em versão widescreen (16x9) e como extras alguns trailers de outros lançamentos da mesma distribuidora. Uma estranha coincidência é a grande semelhança entre uma ilustração usada pela banda americana Bleeding Through e a capa do Dvd nacional:
Na verdade, “Jogos Sangrentos” tem como única virtude os impressionantes efeitos de maquiagem nas cenas de violência explícita. Tanto roteiro, elenco e trilha sonora são deixados de lado em nome de algumas imagens extremamente apelativas. Entre neste jogo, mas não reclame do resultado.
JOGOS SANGRENTOS (Broken, Inglaterra, 2006) Direção: Simon Boyes e Adam Mason. Roteiro: Simon Boyes e Adam Mason. Produção: Simon Boyes e Adam Mason. Fotografia: Erik Wilson. Edição: Simon Boyes e Adam Mason. Desenhos de Produção: Neil Jenkins. Efeitos Especiais: Nathan McLaughlin e Tristan Versluis. Música: Emma Holand, Gavin Miller e Mortiis. Elenco: Nadja Brand (Hope) e Eric Colvin (seqüestrador); Abbey Stirling (estudante); Atesh Salih Distribuição: Em DVD pela Focus Filmes. |
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